11 de dezembro de 2021

Dessalinização da água do mar, Processo e Projetos

 Texto escrito pelo aluno Gabriel Alves


Quando analisamos a Terra como um todo, percebemos que o mesmo é composto em sua maioria de água em sua superfície, porém apesar da grande quantidade de água existente (cerca de 1,4 bilhão de km3 quantidade essa que não sofre de grandes alterações em seu volume durante todo o seu surgimento devido ao ciclo da água onde o volume de água que é evaporado dos oceanos retorna aos oceanos em forma de chuva e também são transportados para os continentes) apenas 2,5% dessa quantidade é de água  disponível é doce.

Em relação ao percentual de água doce existente ela não está distribuída igualmente em todo o planeta. Cerca de 9 países concentram em seu território 60% de todo o suprimento global de água doce disponível para consumo – Brasil, Rússia, China, Canadá. Indonésia, Estados Unidos, Índia, Colômbia e o Congo. 

Quando observamos que a demanda hídrica global cresce a cada ano devido ao crescimento populacional sem controle, percebemos que a quantidade de água doce disponível não será capaz de atender toda as atividades de consumo (indústria, agricultura, geração de energia, pesca e lazer, entre outros) sendo necessário buscar alternativas para superar esse problema uma dessas alternativas é dessalinização da água do mar.

A dessalinização é um processo que busca retirar o excesso de sais minerais, microrganismos e outras partículas sólidas existentes na água do mar com o intuito de obter água potável. A dessalinização pode ser realizada através da água do mar que possui alto índice de sais ou através das águas subterrâneas que possui um menor índice de sais. Ela pode ser realizada por meio de dois principais métodos – destilação térmica ou pela osmose reversa.

Pela destilação térmica (evaporação) existe 3 processos principais – Destilação por Multiestágio Flash (MEF), Destilação por Múltiplo Efeito (DME) e Destilação por Compressão de Vapor (DCV). Pelo MEF é utilizado o vapor com alta temperatura para fazer a água do mar entrar em ebulição sempre passando por diversas etapas de ebulição-condensação para fornecer uma elevada pureza, onde a própria água do mar é utilizada para condensar a água que foi evaporada. No processo de DME a água do mar é pré-aquecida antes de entrar no primeiro evaporador, onde a mesma tem sua temperatura elevada até chegar em ebulição. O vapor gerado por esse processo é utilizado para aquecer a água em um segundo evaporador e assim sucessivamente até o ultimo evaporador que será o responsável por pré-aquecer a água bruta que entrará no primeiro evaporador. Já o processo de DCV é semelhante ao processo por DME com uma diferença de que ela se utiliza da compressão do vapor de água gerado na evaporação da água em altas pressões, podendo ser realizadas por meio de um compressor mecânico ou por meio de um ejetor.

Outro processo bastante utilizado é pelo método de osmose térmica onde a passagem da água ocorre através de uma membrana semipermeável, de uma solução de menor concentração para outra de maior concentração, a água difunde pela membrana, mas o soluto não. No caso da dessalinização da água do mar o processo é reverso, ou seja, com a utilização de pressão o movimento da água é forçado para sair de uma solução de maior concentração para uma solução de menor concentração forçando a água do mar a passar pela membrana deixando os sais e outras impurezas para trás, depois é realizado o ajuste de acidez e alcalinidade da água dessalinizada para posteriormente seguir em distribuição para a população.

A dessalinização da água do mar é muito comum nos países do Oriente Médio, Espanha e nos Estados Unidos. No Brasil foi instalada uma usina em Fernando de Noronha para atender a população e os turista pelo fato de existir apenas um açude de água doce. Composto por quatro dessalinizadores garante o abastecimento da Ilha. 

O ponto negativo desse método de obtenção de agua potável é pelo fato de demandar um alto consumo de energia elétrica sendo como alternativa o investimento em paralelo com uma usina de energia solar, principalmente em países que tem boa elevada incidência de raios solares.

Referências:
BORDIGNON, S. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Dessalinização da água do mar como alternativa para obtenção de água potável. Curitiba: UFPR, 2016. Disponível em: <https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/52492/R%20-%20E%20-%20SIMONE%20BORDIGNON.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 6 dez. 2021.

BRK Ambiental. BRKAmbiental. Dessalinização da água do mar: afinal, esse projeto é viável? [S.I]: BRK Ambiental. 2019. Disponível em: <https://blog.brkambiental.com.br/dessalinizacao-da-agua/>. Acesso em: 6 dez. 2021.

ECYCLE. eCycle. Dessalinização da água: do mar ao copo. [S.I]: eCycle, s.d. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/dessalinizacao/>. Acesso em: 6 dez. 2021.

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