Texto escrito pela aluna Gabriela Gonçalves
Conforme a promulgação da Lei Federal n. 7.876, de
13/11/1989. A escolha dessa data foi em homenagem a Hugh Hammond Bennett, o pai
da conservação do solo nos Estados Unidos. Esse dia propõe uma reflexão sobre a
conservação dos solos e a necessidade da utilização adequada desse recurso
natural. O Relatório da FAO,lançado em dezembro em Roma, com participação da
equipe da Embrapa Solos, revela que 33% dos solos do mundo estão degradados por
erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação. Entre outros
prejuízos, como selamento da terra – que agrava as enchentes – e perda de
fertilidade, os solos degradados captam menos carbono da atmosfera,
interferindo nas mudanças climáticas. Por outro lado, quando gerido de forma
sustentável, o solo pode desempenhar um papel importante na diminuição das
alterações climáticas, por meio do sequestro de carbono e outros gases de
efeito estufa.
Somente
a erosão elimina 25 a 40 bilhões de toneladas de solo por ano, reduzindo
significativamente a produtividade das culturas e capacidade de armazenar
carbono, nutrientes e água. Perdas de produção de cereais devido à erosão foram
estimadas em 7,6 milhões de toneladas por ano. Se não forem tomadas medidas
para reduzir a erosão, haverá a diminuição total de mais de 253 milhões de
toneladas de cereais em 2050. Essa perda de rendimento seria equivalente a
retirar 1,5 milhão de quilômetros quadrados de terras na produção de culturas -
ou cerca de toda a terra arável da Índia. Na América Latina o cenário também é
preocupante. "Cerca de 50% dos solos latino-americanos estão sofrendo
algum tipo de degradação. No Brasil, os principais problemas encontrados são erosão,
perda de carbono orgânico, e desequilíbrio de nutrientes", explica Maria
de Lourdes. Os solos brasileiros também sofrem com a salinização, poluição,
acidificação. "A agricultura familiar retira mais nutrientes do solo do
que repõe. Isso acontece porque falta conhecimento mais detalhado
do solo e políticas públicas para que o pequeno produtor possa fazer o manejo
adequado da terra", aponta a pesquisadora. Segundo ela, o Brasil é o país
que mais possui áreas que podem ser incorporadas à agricultura, porém precisa
avançar na adoção de práticas sustentáveis na produção de alimentos e no
conhecimento dos solos. "Possuímos tecnologias que promovem a agricultura
sustentável, mas elas precisam ser mais adotadas pelos produtores, tais como o
plantio direto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e a fixação biológica de
nitrogênio, por exemplo. No entanto, somente com o conhecimento detalhado dos
solos é que será possível dar suporte ao crescimento dessa agricultura
sustentável", informa Maria de Lourdes. Até 2030 será necessário aumentar
a produtividade mundial de alimentos em 60% para suprir a população que somará
8,5 bilhões de pessoas.
Referência
SANTOS. E; MANSUR. A. Dia Nacional da Conservação do Solo: sua história e um alerta da FAO. Embrapa. Brasília, 14 abr. 2016. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/11582581/dia-nacional-da-conservacao-do-solo-sua-historia-e-um-alerta-da-fao>. Acesso em: 13 abr. 2022.
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